quarta-feira, outubro 11, 2006

queria ser uma mulher de Almódovar



Elas são sempre lindas, ainda que não no sentido tradicional da coisa: narizes grandes, feições irregulares, bocas escancaradas. Às vezes, mulheres que sequer são mulheres. Um tanto fakes, meio detonadas, bem histéricas.
Mas são lindas. Emocionam, cheias do que se costuma dizer feminilidade; carregam um drama triste, uma densidade que se atribui apenas às mulheres.
Ele consegue deixá-las acima do bem e do mal.
E pensar que fazia fotonovelas antes de virar cineasta e que escreveu um livro (“Fogo nas Entranhas”) completamente sem pé nem cabeça, cujo ponto central da trama é uma fábrica de absorventes íntimos que deixa as mulheres no cio. Madri ferve numa certa noite de lua cheia, há orientais envolvidos, uma mixórdia. Li este livro, prefaciado por Regina Casé, enquanto esperava o início de uma audiência. No foro de Niterói, valha-me Deus.
Falam sobre as mulheres de Fellini, do mistério das musas da Nouvelle Vague, das estrelas de Hollywood, mas permito-me confessar mais esta tolice: uma mulher de Almodóvar é o que eu queria ser.
Quando crescer, quem sabe?

8 comentários:

Clau disse...

Denise, você e meio mundo...
Acho que elas têm uma 'força', uma aura qualquer, um glamour meio kitsch misturado com bichice e outras químicas indescritíveis - são mulheres que entram em qualquer lugar e NUNCA passam desapercebidas.
E esta fábrica de absorventes? Nossa, dá para ficar milionária com uma fábrica dessas!

Denise S. disse...

Clau, é verdade, nunca me imaginei original neste desejo. São geniais, suas personagens.
Já a fábrica de absorventes é viagem total.

Frederico disse...

Eu não conhecia essa história das fábricas. Adorei.

Ricardo Rayol disse...

Deve ser realmente maneiro pelo que disse.

CrissMyAss disse...

Acho que não.

Anônimo disse...

Ele é o melhor do gênero.

Anônimo disse...

Ser uma delas, acho que não. Mas das uns amassos com todas elas, isso sim.

Denise S. disse...

Rogério, Rogério...