Devo-lhe uma teoria, João Carlos. Sim, falei que deveria haver uma explicação para a febre que assola as nações em época de copa do mundo e acho que encontrei. É meio simplório, reconheço. Equivale a tal febre a um oásis no deserto, a uma ilha no meio do oceano, a um refúgio completo das tribulações do dia-a-dia. Simples simples. Ninguém tem que pensar em muita coisa, ou ao menos não muito profundamente; afinal... é época de copa do mundo e o desempenho da seleção é o que verdadeiramente importa. Nada mais tem muito apelo. E esse oásis, numa época em que celulares tocam sem parar e tourear uma caixa de entrada de correio eletrônico deixou de ser banal, é um refrigério no meio do sertão nordestino profundo em tempos de seca prolongada. Esqueça e-mails, ligações, pentelhações de toda ordem. Esqueça-se. O que de fato importa é se sua seleção vai ganhar, de quem, por quanto. O que fico me indagando é se em tempos de globalização essa história de seleção do próprio país ainda faz sentido. Alguma teoria?