Passou. Nunca vi nada passar mais rápido do que esse ano de 2012, parece até que ele próprio estava apressado. Talvez quisesse que essa história de calendário maia e fim do mundo ficasse logo superada, talvez tenha havido algum excesso coletivo a influir na vida de cada um. O fato é que hoje termina 2012 e desde que o fim do ano começou (o ano passa rápido, mas o fim do ano costuma demorar a passar) eu venho falando "oxalá". Nunca falei essa palavra antes e agora todos os meus votos começam por ela: "oxalá possamos nos ver mais em 2013", "oxalá o verão não seja esse inferno anunciado", "oxalá as coisas se resolvam da melhor forma possível". Curioso, embora se pareça com os místicos axé e saravá, é uma palavra do português no dicionário - e que, além de equivaler a "tomara" e cuja origem remonta ao árabe "inshala", também significa Orixalá, o maior de todos os orixás. O ano de 2013 nasce sob o signo da dúvida: será regido por Iemanjá ou por Obaluaê? O que Auriel, seu anjo regente, nos reserva? E o que dizer de Saturno, o astro da mudança (vá você pegar um trânsito de saturno para ver o que é bom para tosse)? Será de boa fortuna o 13? Ou será ele um desafortunado para os supersticiosos? Há uma linda música do Madredeus (postei abaixo) justo com esse título, que diz "oxalá eu não faça tudo à pressa, oxalá meu futuro aconteça". Eu mesma nada sei, mas afirmo: 'oxalá' seja um bom ano, sobretudo menos corrido do que esse que se vai, e que, estranhamente, para todo mundo voou baixo.
Um feliz - e oxalá bem macio - 2013!
foto de Ernesto Martins