sábado, outubro 31, 2009

a pedra lavada


Já cantou Adriana Calcanhoto: "carioca não gosta de dias nublados". É difícil conviver com um segundo semestre quase inteiro de chuvas. Aquele tempo úmido a melar o humor, um cinza compacto imposto dia após dia, a cidade transtornada debaixo de uma chuva renitente. Porém, um dia de sol após uma temporada de chuvas é um alívio para a alma e um colírio para os olhos. As montanhas, ainda molhadas e luzidias ao sol, devolvem o prumo ao carioca.


p.s. a foto é minha, tirada ontem no Jardim Botânico.

sexta-feira, outubro 30, 2009

desimportância

Deve ser falta de identidade com los hermanos. Ou excesso de tarefas e informações. Ou um cotidiano atribulado, um redemoinho que se instalou nos últimos tempos. Vai ver é puro egoísmo, desinteresse, ignorância. É bem verdade que tive um amigo hondurenho quando estive na Inglaterra, um militante estudantil exilado pela família para aquela diminuta cidade ao sul da ilha com o objetivo de protegê-lo da perseguição da ditadura. Chamava-se Omar e morava em Tegucigalpa; lembro bem dele, um mestiço de olhos verdes. Agora, francamente, não dei a mínima para esta crise em Honduras. Mas, assim, um minimo minimorum não dei... Um episódio que me passou inteiramente batido. Não entendi direito a atuação do Brasil nele, ignoro se foi boa ou má, e desconfiei imenso daquela criatura de chapéu de vaqueiro - e não sei o porquê, nada tenho contra vaqueiros nem contra chapéus de vaqueiro. Enfim, parece que por lá finalmente se compuseram, o que, considerando que a população de um país inteiro deve ter andado bem amolada com tamanho imbroglio, não é de todo mau. Ainda que, francamente...

sábado, outubro 24, 2009

Luis Miguel *La Barca* Festival 1994

Dicen que la distancia es el olvido
Pero yo no concibo esta razón
Porque yo seguiré siendo el cautivo
De los caprichos de tu corazón
Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñé
Auyentaste de mí los sufrimientos
En la primera noche que te amé
Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague tu vivir
Cuando la luz del sol se esté apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estaré esperando
Hasta que tú decidas regresar
Supiste esclarecer mis pensamientos
Me diste la verdad que yo soñé
Auyentaste de mí los sufrimientos
En la primera noche que te amé
Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague tu vivir
Cuando la luz del sol se esté apagando
Y te sientas cansada de vagar
Piensa que yo por ti estaré esperando
Hasta que tú decidas regresar

(é que às vezes é muito bom ser cafonamente romântica...)

sábado, outubro 17, 2009

duas das antigas - a primeira:

Eu te amo, mas não te quero
Te desprezo, mas não te dispenso
Te alimento, mas não te sacio
Eu te esvazio. E te completo.

Eu te adoro, mas te abandono
Te engano, mas te esclareço
Te enlaço, mas te libero.
Eu me zero. E recomeço.

... e a segunda:

Há coisas que a memória revela
há outras que dela bem escapam
nada posso se a minha vela
por você, que talvez não o queira.

Mas eu te juro e confesso
ainda que ao tempo tudo ceda:
por você minha memória vela
em você meu coração se espelha.