terça-feira, janeiro 31, 2012

chuvas de um não-verão

Assim passou janeiro: promissor no versão, abundante nas águas.  Não propriamente tempestades, o que livra o carioca de se ver com inundações e engarrafamentos quilométricos, mas chuvas chatas e longos dias nublados, e dias cinzentos no horário de verão significa muito cinza.  Salvou-nos o show do Chico Buarque, que destila sua paixão pela moça e muito justamente a quer berrar ao mundo, e "A Música Segundo Tom Jobim", filme de Nelson Pereira dos Santos que não tem sequer uma palavra falada, mas melodias sem ter fim e uma lágrima que fica rasa nos olhos ao mesmo tempo em que se esbugalham na tela e os ouvidos se abrem.  Que melodia, que coisa linda.  Nada de por-do-sol espetacular ou um chopp refrescante neste janeiro de 2012.  Esquecer a recente tragédia do desabamento é a meta, a despeito do cinza.  Mas é que a música de Chico e Tom realmente nos salvou todos, e o carioca é quase que acostumado a salver-se a si próprio.  Agora vem fevereiro e o carnaval; depois, aí sim, o ano começa.   

foto de Ernesto Martins, "amanhecer amarelo".

4 comentários:

Anônimo disse...

A pura realidade, Denise! 21 graus em pleno verão? Incrível!
Beijo,
Ana

Denise S. disse...

Ana, o pior é o ciiiiiiiiinza.

João Carlos disse...

De fato o cinza é dureza. Coisa para o pessoal de Sampa. Não vi estas duas atrações mas o CD do Chico já gastou de tanto tocar (isso cabia mais aos velhos LPs).
Tenho a impressão de que as primeiras músicas, talvez da 2a até a 4a, fariam parte de um musical que acabou não acontecendo. Escuto e vejo no palco...quem sabe um dia.
Saudações de verão

Denise S. disse...

saudações solares, João Carlos!