terça-feira, maio 02, 2006

A Greve

Muito barulho por nada, muito peido e pouca bosta (como gosta de dizer meu pai em dias desbocados), muita discussão, muita comoção. Prós e contras. O potin do momento. O esposo (agora é esposo e esposa, não sei dizer o porquê de o elegante tratamento de marido e mulher ter sido legado ao esquecimento) da suposta governadora deste combalido Estado do Rio de Janeiro resolveu fazer greve de fome. E, estranhamente - bem estranhamente -, este fato não me arrancou um fiapo de compaixão. Ou de raiva. Ou de retórica. Nada. Nada mesmo.
Francamente, I don’t give a damm shit.
Aliás, estranhamente, não. Porque é verdade que por um desses tortuosos expedientes de que se vale a psique já faz um tempo que não acompanho mais o cenário político. Leio, não muito freqüentemente, aqui e acolá, alguma coisa, umas notas esparsas, um comentário ligeiro. Não discuto mais com ninguém sobre este assunto, e olha que teria assunto. Abstraio-me quando a discussão é esta. Parece que fui tomada por uma repulsa, uma aversão a tudo o que diz respeito a partidos políticos, a políticos, a câmaras, a assembléias, a colegiados. Melhor dizendo: a pessoas neste estado gregário. Nem mais o temor que uns ou outros se arroguem no poder me move.
Honestamente, je m’en fiche carrément.
E não sei o que aconteceu. Quer dizer, sei, mas não quero saber do que sei. Quero, apenas, me dar o auxílio luxuoso do esquecimento - e do silêncio. Não quero mais constatar a triste realidade que são estes os nossos políticos, que são estes os que elegemos, que ninguém se interessa em fazer política partidária, que é este o retrato da sociedade brasileira. Quero ignorar que não alcançamos, em pleno século XXI, um nível razoável de organização.
Sinceramente, pouco se me dá.
E pensar que ainda tem a propaganda política gratuita pela frente.

4 comentários:

Frederico disse...

We don´t give a dawn shit, permito-me afirmar, aumentando erga omnes sua assertiva. Meu espaço virtual também já tem uma idéia prontinha, mas ainda no word, sobre tal assunto. Aguardo alguma notícias do dia. Espero algum movimento do Lula em relação ao Evo. Espero, mas sei que em vão. Por ora, vou postando piada, coisa que me rende melhores frutos.

Unknown disse...

Eu achei ridícula a história da greve. E espero que ele a leve até o fim. E, como recente funcionário público do Estado (pobre de mim!), bem que eu gostaria de poder ter com o que me interessar na política, para escolher um patrão decente... Mas sempre que há eleição, fico me perguntando: caralho, em quem é MENOS PIOR votar?

Anônimo disse...

Esse casal pensa que todos nós, eleitores do Rio de Janeiro, somos idiotas como os correligionários deles (um bando de zumbis teleguiados). Soube que um monte de gente resolveu acampar na porta da sede do PMDB, lá na Almirante Barroso. Bem feito para o partido! Quem mandou aceitarem esse demente entre seus quadros?

(Denise, um beijo).

Frederico disse...

Wally não sei se estou melhor ou pior que você. Sob um aspecto, melhor, certamente. Mas pensando no "chefe"... Sou funcionário público também. Federal.