terça-feira, dezembro 20, 2016

a girafa de novo

Tem alguma coisa que acontece no início de verão que altera a química do cérebro.  Não sou especialista, mas já tenho verões suficientes para fazer uma amostragem.  Se nós, humanos, somos pura química, e parece que somos mesmo, suspeito que o resultado do calor sobre os miolos durante o dia que à noite são resfriados pelo ar condicionado certamente tem um efeito lisérgico sobre o inconsciente. Sempre nessa época do ano me vêm sonhos estranhos.  
Essa noite, por exemplo, voltou a girafa.  Sim, a girafa, minha velha conhecida.  Ela sempre reaparece. Desta vez eu estava no metrô, ajudava um senhor a descer a escada rolante (por sinal, enorme) e, ao chegar na plataforma, havia muitos bichos circulando.  Todos os passantes se assustavam, menos eu, que os olhava com familiaridade. Deambulei aqui e ali e, então, a girafa se aproximou.  Ficamos cara a cara, como se fôssemos velhas conhecidas. Paradas, uma olhando para a outra, até que ela começou a ruminar, mexendo os maxilares num gesto de mascar chiclete. Olhávamos uma para outra na esperança de nos assegurar que éramos mesmo nós duas. O curioso é que... bem, éramos mesmo nós duas.  E eu nem me lembrava mais de sua presença episódica em minha intensa atividade onírica.   
Ah, o verão. E é só o começo. 



p.s. a foto é minha, clicada numa rua da Gávea após publicar este post. O que será que o sonho da girafa me quer acordar? 

Nenhum comentário: