Serpenteei excitada a grande avenida que margeia a cidade aos poucos se insinuando já em sua grandeza. Ali percebi sua densidade, mas não poderia imaginar o quanto é fresca e juvenil. Sim, estava em New York, depois de quase não partir do Rio de Janeiro, na data do embarque então assolado por uma inundação incomum em abril, e de uma conexão perdida em Atlanta. Ali estava ela - e eu nela, afinal - e me senti mais realizada do que propriamente feliz. Acho que nunca vou me esquecer daquela sensação de quase-festa que tive ao sair do aeroporto e de me aproximar de Manhattan. Se a imaginava grandiosa, surpreendeu-me saber tão lindamente art-déco, um estilo que tanto admiro, embora não tenha sido difícil entender o porquê - afinal, era a moda na época em que a cidade mais floresceu - e, afora seus ícones, como o Chrylser Building, há detalhes inusitados em toda parte. A melindrosa é pulsante, é vibrante e se oferece em música, teatro e compras o tempo todo. É incrível como se compra! E é apressada, não tem muito tempo a oferecer em nenhum serviço como anotar o pedido no restaurante ou comprar ingressos para o teatro. Na melindrosa há arte, muita arte, a ponto de valer uma visita de quase oito horas no Metropolintan Museum of Art, e mais outros cinco museus, incluindo a felicidade de ver Tim Burton expondo no MoMa, além da Frick Collection e da galeria eleita minha preferida, The Neue Galerie, que abriga Kadinsky, Schiele, Ernst, Klimt e Otto Dix, este a vedete máxima, todos reunidos num prédio esplêndido (muito mortal aquilo tudo!). Antes de partir, a melindrosa me perguntou ao ajeitar seu chapéu no toilette do The Radio City Music Hall: "honey, are we going to meet again?", ao que respondi, sinceramente esperançosa: "I really hope so, babe".
p.s. foto capturada do Google imagens
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