segunda-feira, junho 28, 2010
muito cacete
Fico contente com a vitória, mas acho futebol muito chato. Fazer o quê?
foto capturada no globonline: Brasil 3, Chile 0.
domingo, junho 27, 2010
sobre corredores e escritores
Admiro os corredores pela ausência de produção: basta-lhes um tênis, uma pista e disposição para se satisfazerem com a enxurrada das endorfinas que a corrida proporciona. Nada de clubes, equipamentos, gastos ou parceiros. As pernas, os pés, um par de tênis, o chão e lá vão eles, um leve sorriso estampado ao final da corrida, transpirados e felizes (não corro, apenas caminho, mas um dia chego lá, senão para celebrar a simplicidade desse prazer). Escrever, acredito, é parecido. Quando penso que Saramago mal terminou o ginásio, assim como Erico Veríssimo também não, e ambos os grandes escritores que foram (ou são? será que escritores nunca morrem, assim como os sonhos não envelhecem?), tudo parece tão simples: a folha em branco, a caneta, ou o teclado e a tela, uma ideia na cabeça, alguma observação da vida, a vontade e a coragem de maltraçar umas linhas. Nenhuma sofisticação, nenhum equipamento, nada. Corredores e escritores não esperam por ninguém, olham para o papel em branco ou para o chão e vão em frente, na certeza que o melhor não é chegar ao fim, mas se dar o prazer e o sofrer do percurso.
sexta-feira, junho 18, 2010
pena
José Saramago, nascido em 16 de novembro de 1922 e falecido hoje, 18 de junho de 2010.
foto capturada no google
sábado, junho 12, 2010
o amor é um mistério
A mídia dedicou ao amor a semana que antecedeu o dia dos namorados, programas e artigos sobre estudos recentes em paixão e romance, enquetes sobre expectativas dos homens e mulheres em relação a relacionamentos e etc. A neurobiologia descobriu que a atração é informada não por subjetividades, mas por cheiros que escapam ao olfato perceptível, cheiros que denunciam se o sistema imunológico do outro é complementar ao seu próprio para garantir uma prole forte. Visto assim, o fenômeno da atração parece fácil. Mulheres estrogênicas procurariam por homens testosterônicos. Não consegui assistir aos programas todos, vi parte de um na quinta-feira e a um terço de outro ontem. É natural a curiosidade da ciência sobre o assunto, não conheço quem não questione o amor romântico e quem não queira viver em estado de paixão. Não ouvi os cientistas dizerem, mas ousei supor um dia que o amor tivesse a ver com o desejo primário da reprodução e com a evidência de que duas pessoas juntas serão sempre mais eficientes em se proteger mutuamente na vida que, ainda hoje - e talvez mais ainda hoje - é uma verdadeira selva. Supus, supus... Minhas conversas com Cupido desde a adolescência nunca foram muito reveladoras, mas a de ontem, surpreendentemente, foi: não há qualquer razão palpável. O que explicaria, por exemplo, duas pessoas completamente diferentes se apaixonarem e, em alguns casos, permanecerem juntas anos a fio? É comum irmãos com temperamentos completamente opostos porque um puxou ao pai e outro, a mãe. Culturas distantes, origens diversas, diferenças de idade, os mais variados abismos os apaixonados superam por uma ponte chamada amor. A mim não parece razoável a explicação de feronômios para quem se conhece na virtualidade, e eu sei de um caso desses com final feliz, tampouco para aqueles que não mais estão em idade reprodutiva. Perguntei a Cupido ontem se seriam as flechas atiradas ao acaso ou se ele recebia alguma instrução superior antes de as desferir. "Porque você quer saber, afinal, porque todos querem saber? Aceitem o mistério", respondeu. Concordo. Aos apaixonados, aos que querem se apaixonar, aos que já se apaixonaram, aos que sofrem por amor e aos que se regozijam com ele, a todos, meus votos de um feliz dia desse mistério que se chama amor.
ilustração capturada na Internet, Cupido e Psique in love (também ele!), ela numa atitude de total entrega. Curioso, não existe "dia dos casados".
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